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Trump tem 'personalidade de alcoólatra', diz chefe da Casa Branca em entrevista

Susie Wiles, líder da campanha de Donald Trump nas eleições americanas de 2024, observa o candidato republicano durante discurso em 15 de janeiro de 2024. AP...

Trump tem 'personalidade de alcoólatra', diz chefe da Casa Branca em entrevista
Trump tem 'personalidade de alcoólatra', diz chefe da Casa Branca em entrevista (Foto: Reprodução)

Susie Wiles, líder da campanha de Donald Trump nas eleições americanas de 2024, observa o candidato republicano durante discurso em 15 de janeiro de 2024. AP Photo/Andrew Harnik A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, tem "personalidade de alcoólatra" em uma entrevista à revista "Vanity Fair" que expõe as tensões internas do atual governo. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A entrevista publicada nesta terra-feira (16) revela discussões sobre questões que vão desde a aplicação das leis de imigração até a redução do tamanho do governo. Além disso, algumas das respostas traçam um retrato pouco lisonjeiro de alguns dos assessores mais próximos do presidente. Em uma série de 11 entrevistas com o autor Chris Whipple, realizadas ao longo do primeiro ano de Trump de volta ao cargo, Wiles, a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete da Casa Branca, descreveu o presidente como tendo "personalidade de alcoólatra" e um desejo de vingança contra quem ele considera seus inimigos. Ela também disse que o vice-presidente JD Vance "é um teórico da conspiração há uma década" e descreveu sua mudança de crítico para apoiador de Trump como "meio política", motivada por sua campanha para o Senado em vez de princípios. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Wiles criticou a maneira como o bilionário Elon Musk desmantelou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e como a procuradora-geral Pam Bondi reagiu inicialmente à divulgação planejada dos arquivos de Jeffrey Epstein. Segundo as entrevistas, Wiles também afirmou ter alertado Trump contra o perdão dos participantes mais violentos do ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA e o pressionou para que adiasse sua decisão sobre as amplas tarifas comerciais, mas não conseguiu convencê-lo em nenhum dos casos. Ela disse que o governo deveria ter aplicado maior rigor à deportação de imigrantes em situação irregular no país para evitar erros. "Ele tem a personalidade de um alcoólatra", disse Wiles sobre Trump, explicando que sua criação com um pai alcoólatra a preparou para lidar com "personalidades fortes". Trump não bebe, observou ela, mas age com "a convicção de que não há nada que ele não possa fazer. Nada, zero, nada." Em uma publicação no X, Wiles chamou a reportagem da Vanity Fair de "uma matéria difamatória e tendenciosa contra mim e o melhor presidente, equipe da Casa Branca e gabinete da história", dizendo que omitiu contexto importante e a citou seletivamente para criar uma narrativa negativa. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, também se manifestou na rede social X, afirmando que Wiles é uma conselheira leal e de confiança de Trump, e que o governo a apoia integralmente. Vance defendeu Wiles, dizendo a repórteres na Pensilvânia que admira sua consistência e autenticidade, tanto na presença do presidente quanto fora dela. "Nunca a vi ser desleal ao presidente dos Estados Unidos, e isso a torna a melhor chefe de gabinete da Casa Branca que o presidente poderia desejar", disse ele. Wiles, estrategista política da Flórida que coordenou a campanha de retorno de Trump em 2024 e é vista como responsável por uma Casa Branca mais organizada do que em seu primeiro mandato, afirmou à "Vanity Fair" que não vê seu papel como o de restringir o presidente, mas sim como o de facilitar suas decisões. Ela disse que ser contrariada nunca foi motivo de queixa, observando que, no fim das contas, apoiou os resultados finais. "Houve algumas vezes em que fui voto vencido", disse ela. "E se houver empate, ele ganha." Confira alguns dos tópicos abordados na entrevista: Caso Epstein Donald Trump com Jeffrey Epstein Comissão de Supervisão da Câmara / Divulgação Nas entrevistas, Wiles afirmou que Bondi "errou completamente" em sua condução inicial dos arquivos de Epstein, uma questão que desagradou a base de direita de Trump. Bondi havia sugerido inicialmente que divulgaria informações incriminatórias sobre a suposta rede de conhecidos de Epstein, mas depois recuou. Bondi disse na rede social X que Wiles trabalha incansavelmente para promover a agenda de Trump com lealdade, acrescentando que qualquer tentativa de semear a divisão dentro do governo não teria sucesso e que a equipe permanece unida. Wiles afirmou em entrevistas que leu os documentos de Epstein e reconheceu que o nome de Trump consta neles, mas que "ele não está envolvido em nada de terrível". Vingança A pressão de Trump para processar a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, por alegações de fraude hipotecária, foi talvez motivada por sentimentos de vingança contra a autoridade democrata, disse Wiles. O processo contra James, uma crítica de Trump, "foi talvez a única retaliação", disse Wiles. Ela acrescentou que, embora Trump possa não acordar pensando em retaliação, "quando surge uma oportunidade, ele a aproveita". Elon Musk Wiles disse estar chocada com o desmantelamento da USAID por Musk, incluindo seus programas de ajuda global, classificando a abordagem como "não a que eu adotaria". Ela disse ter confrontado Musk por trancar funcionários para fora de seus escritórios, afirmando que nenhuma pessoa sensata poderia considerar sua gestão da agência de ajuda eficaz. Musk chefiou o Departamento de Eficiência Governamental de Trump, encarregado de cortar o orçamento e o quadro de funcionários do governo federal no início do segundo mandato de Trump. Ele não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Imigração Wiles reconheceu preocupações sobre a forma como algumas deportações de imigrantes foram conduzidas, afirmando que o processo precisa de uma revisão mais rigorosa e deve incluir uma "dupla verificação" quando houver incerteza. Ela disse que o anúncio de Trump sobre tarifas contra parceiros comerciais dos EUA no início deste ano expôs profundas divisões dentro de sua equipe, já que assessores o aconselharam a esperar por consenso. Ela acrescentou que a decisão sobre as tarifas "foi mais dolorosa do que eu esperava". Venezuela Em suas falas à revista, Wiles não apresentou objeções às ações de Trump contra a Venezuela, incluindo ataques a barcos suspeitos de transportar drogas, mas sugeriu que seu verdadeiro objetivo é a mudança de regime contra o presidente Nicolás Maduro. Ela observou que quaisquer ataques terrestres ordenados por Trump na Venezuela ou na região exigiriam aprovação do Congresso.